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Você que tem empresa já pensou em produzir a sua própria energia? Há alguns anos, esse pensamento poderia parecer utópico, mas hoje essa já é a realidade de muitos negócios. Existem duas formas de gerar a sua própria energia no Brasil: a geração distribuída e a autoprodução no mercado livre.

Neste artigo, além de entender a diferença entre esses dois modelos, você vai conhecer as vantagens e desvantagens de cada um, tirar as suas dúvidas sobre o tema e ainda conferir as nossas dicas para escolher a melhor opção para o seu negócio.

Antes de tudo, é preciso entender como funciona o Mercado Livre de Energia

O Mercado Livre de Energia permite que o consumidor escolha de quem vai comprar energia elétrica. Ou seja, ele não fica preso às concessionárias e pode escolher também o preço, o volume e até a fonte da energia contratada.

Isso não acontece no mercado tradicional, também chamado de mercado cativo, pois a energia é negociada pela distribuidora e repassada ao consumidor já com o preço definido — o consumidor não tem influência nenhuma sobre reajustes, revisões nas tarifas e nem no sistema de bandeiras tarifárias.

Em ambos os casos, a distribuidora ainda está presente, mas, no mercado livre, o seu único papel é levar a energia comprada até a unidade consumidora.

O Mercado Livre de Energia no Brasil está em crescimento, mas ele ainda é tímido quando comparado a outros países como Portugal, onde 100% dos consumidores já são livres para escolher de quem comprar energia.

Aqui, somente contas de luz de alta tensão podem aderir — com mais de 500 kW de demanda. Mesmo assim, o mercado livre já movimenta 35% da energia elétrica consumida no país.

O que é Geração Distribuída?

A Geração Distribuída (GD) é uma modalidade aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2012 que permite que o usuário final seja também produtor da sua própria eletricidade

Essa modalidade se aplica a consumidores que estão no Ambiente de Contratação Regulado, ou seja, no mercado tradicional.

Uma das características de Geração Distribuída é que ela é realizada junto ou próxima dos consumidores, dentro da rede de distribuição na qual a unidade consumidora se encontra.

A GD pode incluir diferentes fontes de energia. O exemplo mais comum são os painéis fotovoltaicos, que geram energia solar, mas também é possível gerar a sua própria energia dentro do mercado cativo usando outras fontes renováveis, como energia eólica e biomassa.

Microturbinas e motogeradores a gás natural e motores a diesel também são exemplos de fontes de GD, mas não são fontes renováveis.

Quem pode aderir à geração distribuída?

Diferentemente do que acontece no Mercado Livre de Energia, qualquer pessoa pode aderir à Geração Distribuída, pois não é necessário ser um grande consumidor.

No entanto, é preciso colocar os investimentos na ponta do lápis, já que nem sempre o valor gasto com as instalações compensa. Na maioria dos casos, quem opta pela GD são pequenas indústrias e empresas com contas de energia elevadas, como farmácias, padarias, restaurantes, hotéis e bancos.

Quais são as vantagens de consumir energia de Geração Distribuída?

O principal benefício da GD para os consumidores é a redução de custos. Gerando sua própria energia, as empresas passam a gastar menos com a conta de luz e sobram recursos que podem ser investidos em outras áreas do negócio.

Além disso, ela está diretamente ligada à sustentabilidade, já que é possível optar por fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica.

O acesso a esse tipo de energia também vem se tornando mais fácil, principalmente com o crescimento do mercado de energia solar. Hoje existem muitos fornecedores de painéis fotovoltaicos, por exemplo, que tornam a adoção dessa modalidade muito mais simples do que a autoprodução no Mercado Livre de Energia, como você vai descobrir mais à frente. 

Confira mais algumas vantagens da Geração Distribuída:

  • diminuição dos gastos com interligação e distribuição;
  • independência energética;
  • redução de perdas técnicas;
  • minimização dos impactos ambientais quando se escolhe uma fonte renovável.

Quais são os tipos de Geração Distribuída?

Falando especificamente sobre energia solar, que é o sistema mais utilizado na GD, existem três modalidades. A seguir, você vai saber mais sobre elas!

Geração junto à carga

É quando você instala o sistema no mesmo local em que irá consumir a energia. Um exemplo são as casas que têm placas solares no telhado ou na área externa.

Autoconsumo remoto

Acontece quando diferentes unidades consumidoras usufruem de um mesmo sistema. Isso é possível caso as duas unidades sejam de um mesmo CPF ou CNPJ e estejam dentro da mesma área de distribuição.

Um exemplo é quando você gera energia na sua casa e usa o excedente para a casa de praia. Também acontece com pequenos empresários que usam energia solar na sede da empresa e aproveitam o excedente para abastecer filiais.

Geração compartilhada

Esta é uma opção para quem deseja dividir os custos do investimento nas placas solares. Você pode se unir a outras pessoas ou empresas para investir em um único sistema. isso pode ser feito por meio de cooperativas ou um consórcio de pessoas jurídicas.

Geração Distribuída no Brasil

Aqui no Brasil, o consumidor-gerador recebe um crédito na sua conta de luz quando tem um saldo positivo — produziu mais energia do que gastou. Esse saldo corresponde à energia excedente e pode ser usado nas suas próximas faturas, dentro do prazo de 60 dias.

No entanto, essa energia excedente não pode ser comercializada.

Desde 2019 o país já ultrapassa a marca de 1GW de potência instalada em GD, segundo a Aneel. A fonte mais usada é a energia solar e, em segundo lugar, está a produção por centrais geradoras hidrelétricas (CGHs).

Os estados com mais aderência a essa modalidade são Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo.

O que é autoprodução de energia?

A autoprodução de energia, como o nome indica, é uma modalidade de geração própria de energia elétrica. A principal diferença entre ela e a Geração Distribuída é a que, neste caso, a produção está vinculada ao consumidor que está no Mercado Livre de Energia, também chamado de Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Em resumo, estamos falando aqui sobre a autoprodução no Mercado Livre de Energia.

Nesta modalidade, não há restrição sobre a fonte de energia escolhida. No entanto, é preciso tomar alguns cuidados na hora de escolher e considerar:

  • os benefícios de cada fonte;
  • a disponibilidade do insumo energético (como sol, vento e água, por exemplo);
  • a disponibilidade de área para a construção de uma usina;
  • a quantidade de emissão de carbono de cada fonte.

Quem pode aderir à autoprodução?

A autoprodução no Mercado Livre de Energia é uma modalidade disponível apenas para:

  • consumidores especiais: são aqueles com demanda contratada entre 500 kW e 1500 kW, que podem adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas ou fontes renováveis como energia solar, biomassa e eólica;
  • consumidores livres: são aqueles que têm demanda acima de 1500 kW e podem escolher qualquer fornecedor em livre negociação.

Quando começam a autoprodução no Mercado Livre, esses consumidores se tornam autoprodutores. Com isso, a energia passa a representar uma oportunidade de investimento e economia.

Como me tornar autoprodutor no Mercado Livre de Energia?

O primeiro passo para a autoprodução no Mercado Livre é fazer um estudo de viabilidade da implantação do sistema, considerando indicadores financeiros e os benefícios trazidos pela modalidade.

Se depois do estudo a empresa concluir que a autoprodução é vantajosa, o próximo passo é pedir autorização a Aneel para a geração de energia.

Quais são os modelos de autoprodução de energia?

Existem duas formas de produzir sua própria energia no ACL. Saiba mais sobre cada uma delas!

Geração com injeção na rede elétrica

O seu consumo e a quantidade de energia podem variar ao longo dos meses, pois dependem se uma série de fatores, certo? Por isso, vão existir momentos em que você vai consumir mais do que gera e gerar mais do que consegue consumir.

Quando você gera com injeção na rede, pode obter energia da concessionária sempre que não conseguir gerar o suficiente para o seu consumo. 

O mesmo acontece na situação contrária: sempre que você gerar mais do que consumir, o excedente será injetado na rede da concessionária.

O balanço é feito mensalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que regulamenta o Mercado Livre de Energia no Brasil. O ideal é que o resultado líquido esteja coberto pelos contratos de compra e venda, mas, quando há diferença entre os resultados, o restante deverá ser liquidado, seguindo o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD).

Para instalar esse tipo de sistema, é preciso contar com alguns equipamentos que fazem a conexão com a rede.Essa é uma desvantagem, pois esses equipamentos têm custo elevado.

Geração sem injeção na rede

A geração com injeção na rede é considerada de risco elevado, principalmente porque o PLD varia semanalmente, o que prejudica a previsibilidade sobre os custos. 

Uma alternativa é a instalação de um equipamento que impede a injeção de energia na rede de distribuição, que faz com que toda a energia gerada seja consumida pela carga local. 

Isso reduz a necessidade de compra de energia de terceiros e torna o gasto mais previsível. Por isso, é a alternativa escolhida pela maioria dos consumidores.

Quais são as vantagens da autoprodução de energia?

Assim como na Geração Distribuída, a principal vantagem da autoprodução no Mercado Livre é a redução de custos. Além disso, ela torna possível a geração de energia limpa, usando fontes renováveis e reduzindo a emissão de gases do efeito estufa.

A sustentabilidade, além de ser importante para o meio ambiente, é uma iniciativa valorizada pelos consumidores e pode ajudar a sua empresa a manter uma boa imagem perante o mercado.

Por fim, não podemos deixar de falar sobre o incentivo à tecnologia e inovação, com a criação de novos parques geradores renováveis. Isso movimenta a cadeia produtiva do país e beneficia tanto a economia como a sociedade.

Autoprodução no Mercado Livre: quais são as tendências para o futuro?

O mercado energético no Brasil vem sendo movimentado nos últimos meses por conta de recentes propostas de mudanças regulatórias feitas pela Lei nº 14.210/2021.

Entre as principais mudanças está o fim do incentivo para novos projetos de geração de fontes renováveis. Atualmente, esse incentivo é dado em forma de subsídio, que oferece um desconto de 50% a 100% nas tarifas.

No entanto, mesmo com o fim dos descontos, alguns especialistas acreditam que o investimento de consumidores livres na autoprodução ainda será vantajoso e servirá como forma de mitigar os riscos do Mercado Livre de Energia.

Acredita-se que,por conta das mudanças climáticas, que reduzem a capacidade de geração de energia e fazem os preços subirem, algumas comercializadoras podem deixar de cumprir os contratos, pois terão que se submeter ao aumento de preços. Dessa forma, a autoprodução no Mercado Livre funciona como uma forma de proteção para os consumidores, que se tornam independentes dessa variação de preços.

A boa notícia é que quem quiser aproveitar a oportunidade de começar a autoprodução no Mercado Livre ainda com os benefícios de isenção ainda consegue fazer isso. Março de 2022 é a data limite para solicitar a outorga ainda aproveitando os descontos.

Perguntas frequentes sobre geração distribuída e autoprodução de energia

Agora você já sabe qual é a diferença entre Geração Distribuída e autoprodução no Mercado Livre, mas pode ser que ainda tenha algumas dúvidas sobre o tema. Para ajudar, preparamos este tópico com as perguntas frequentes sobre autoprodução!

Qual a diferença entre autoprodutor e produtor independente?

O autoprodutor de energia elétrica é aquele que recebe concessão para produzir energia destinada ao seu uso exclusivo. Já o produtor independente tem autorização para produzir energia destinada ao comércio, seja de parte dessa energia produzida ou de toda ela.

A usina precisa estar perto do local de consumo?

Não necessariamente! Tanto na Geração Distribuída como na autoprodução no Mercado livre a usina pode estar em outras localidades, mas há limitações.

Na autoprodução a usina pode estar instalada em qualquer lugar do país. Isso é vantajoso porque é possível escolher entre diferentes submercados, de acordo com a variação de preço.

na Geração Distribuída, a usina precisa ser instalada dentro da área de concessão da distribuidora que fornece energia para as unidades que receberão o crédito.

Com a Geração Distribuída ou autoprodução eu fico livre da distribuidora de energia?

Não, em nenhum dos dois casos você deixa de pagar uma fatura para a distribuidora de energia da sua região. 

Para você entender melhor, vamos explicar como funciona a cobrança do serviço de distribuição! Ele tem 4 componentes:

  • geração;
  • transmissão: transporte da usina até as unidades de distribuição;
  • distribuição: transporte da unidade até o consumidor final;
  • consumo.

Quando uma empresa está no ACL ou gera a sua própria energia no mercado cativo, ainda é preciso pagar por alguns desses serviços:

  • Geração Distribuída: você vai pagar pela iluminação pública, impostos e tarifa de disponibilidade, que é o valor mínimo necessário para que você se mantenha ligado à rede elétrica;
  • Autoprodução no Mercado Livre: você ainda precisa pagar para que a distribuidora leve a energia comprada até a sua empresa.

O Mercado Livre de Energia é mais vantajoso que a Geração Distribuída?

O Mercado Livre de Energia é a opção mais vantajosa para consumidores enquadrados no Grupo A, ou seja, aqueles que têm demanda de alta tensão. Geralmente, são indústrias e estabelecimentos comerciais de grande e médio porte.

Dificilmente esses consumidores conseguem absorver totalmente a economia da Geração Distribuída.

Quando a Geração Distribuída é mais vantajosa?

A GD é mais vantajosa para os consumidores do Grupo B, que são aqueles enquadrados na baixa tensão como residências e pequenas empresas. A energia solar é a fonte mais utilizada nesses casos, mas é preciso tomar alguns cuidados — como a disponibilidade de um espaço para a instalação de placas, se olugar tem alta incidência de luz solar e se o consumidor tem disponível o orçamento necessário para o investimento.

O que é prosumidor?

Se você está pesquisando sobre autoprodução no Mercado Livre, já deve ter se deparado com esse termo. Prosumidor é a junção de duas palavras: produtor e consumidor. O termo é usado para se referir aos consumidores que produzem a sua própria energia!

Como escolher a melhor opção para a minha empresa?

São muitos os fatores que precisam ser considerados na hora de escolher a melhor forma de geração de energia para a sua empresa — Geração Distribuída ou autoprodução no Mercado Livre.

Para ajudar você a tomar a decisão, trazemos aqui os três principais pontos de atenção!

Aspecto técnico

Contas de alta tensão, que são aquelas do Grupo A, têm melhores condições de economia entrando para o Mercado Livre de Energia, enquanto as contas do Grupo B, de baixa tensão, só podem fazer a Geração Distribuída.

Decisão estratégica

Se a sua empresa faz parte do Grupo A, é preciso ainda pensar se é possível fazer um investimento a longo prazo ou se a expectativa é ter retorno em menos tempo.

A energia solar é um investimento de longo prazo, que traz retorno entre 25 e 30 anos, enquanto o retorno do Mercado Livre de Energia chega entre 5 e 10 anos.

Conte com a Clarke Energia!

Aqui na Clarke a gente ajuda empresas a economizarem até 30% na conta de luz com o Mercado Livre de Energia. Se você acha que essa é a melhor opção para a sua empresa, entre no nosso site e faça uma simulação para saber quanto vai conseguir economizar!

E se você concluiu que a melhor alternativa é investir em energia solar, também pode entrar em contato conosco! Ficaremos felizes em tirar as suas dúvidas e ajudar a encontrar a melhor opção para a sua empresa!