Em tempos de incerteza econômica, juros altos e pressão por eficiência, a palavra de ordem dentro das empresas muitas vezes é uma só: redução de custos. Mas cortar gastos sem comprometer a operação é um desafio e exige estratégia, além de uma boa análise sobre onde realmente vale a pena investir.
E, entre todas as contas fixas, existe uma que se destaca pelo impacto direto no orçamento e pela possibilidade real de economia, que é a energia elétrica.
Apesar de ser tratada como uma despesa inevitável pela maioria dos gestores, a energia pode (e deve) ser gerenciada de forma ativa dentro das empresas. Com as ferramentas certas, é possível reduzir expressivamente o seu custo sem alterar processos essenciais — e ainda abrir espaço no caixa para novos investimentos, inovação ou fôlego financeiro.
Por que a energia elétrica deve ser a primeira linha a ser revista na hora de reduzir custos da empresa?
A energia elétrica faz parte de praticamente todas as etapas da operação de uma empresa. Indústrias, comércios, hospitais, hoteis e escritórios dependem diretamente dela para manter as suas atividades. E, em muitos casos, o custo energético representa uma das maiores despesas operacionais fixas do negócio.
O grande diferencial dessa despesa em relação a outras é que ela é mensurável, monitorável e controlável. Ou seja, com dados simples encontrados na conta de luz, dá para identificar padrões de consumo, sazonalidades, horários de pico e até desperdícios. E, ao contrário de outros custos que são difíceis de cortar (como folha de pagamento, por exemplo), a energia permite ganhos de eficiência com impacto direto no financeiro e sem comprometer a produtividade.
Além disso, o setor energético tem evoluído bastante nos últimos anos, oferecendo novas soluções, cada vez mais acessíveis — desde a automação até a migração para o Mercado Livre de Energia. Isso quer dizer que não só é possível reduzir os custos com energia, mas que essa medida pode ser tomada de forma estruturada e estratégica.
Como outras empresas estão cortando os custos com energia?
Controlar o gasto com energia não exige grandes revoluções. Muitas empresas têm obtido resultados significativos a partir de iniciativas simples e acessíveis. Veja algumas estratégias que vêm sendo aplicadas com sucesso:
- troca de equipamentos: substituir lâmpadas antigas por LED, trocar motores ineficientes ou atualizar sistemas de climatização pode gerar economia imediata. Esses projetos têm baixo custo de investimento e retorno rápido;
- automação e controle inteligente: sistemas que desligam automaticamente equipamentos fora do horário de uso ou otimizam a climatização conforme a ocupação do ambiente ajudam a evitar desperdícios invisíveis;
- geração própria: instalações fotovoltaicas ou sistemas a biomassa permitem produzir parte da energia consumida. E apesar de o investimento inicial ser mais alto, o retorno vem a médio e longo prazo;
- Mercado Livre de Energia: uma das alternativas mais vantajosas é a migração para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), onde empresas podem negociar diretamente com fornecedores de energia, fugindo das tarifas das distribuidoras. A economia pode chegar a 30%, com retorno em poucos meses.
O que é o Mercado Livre de Energia e como ele contribui para a redução de custos na empresa
O Mercado Livre de Energia é um ambiente de negociação no qual empresas podem comprar energia diretamente de geradoras ou comercializadoras, sem intermediação das distribuidoras locais. Assim, é possível escolher o fornecedor, negociar preços, prazos e volumes, além de optar por energia de fonte renovável, se desejado.
Esses são os principais benefícios de fazer a migração para o Mercado Livre de Energia:
- redução de até 30% na fatura de energia;
- maior previsibilidade no orçamento;
- liberdade contratual e negociação sob medida;
- possibilidade de contratação de energia limpa;
- suporte de consultorias e gestoras especializadas.
Com uma gestão estratégica da energia, o impacto na redução de custos da empresa é imediato e sustentável ao longo do tempo.
Quem pode migrar para o Mercado Livre de Energia?
Atualmente, todas as empresas do Grupo A, que são aquelas conectadas à rede em média e alta tensão, podem migrar para o ACL. Isso inclui indústrias, supermercados, shoppings, hoteis, hospitais e até grandes academias.
Empresas que têm conta mensal acima de R$ 10 mil geralmente já apresentam viabilidade para a migração. Basta fazer uma análise técnica e econômica, que pode ser realizada por uma consultoria especializada, como a Clarke.
Passo a passo para a migração
Embora envolva etapas técnicas, o processo de migração pode ser simples quando acompanhado de perto por especialistas. Veja como funciona:
- análise de viabilidade técnica e econômica;
- ajustes no sistema de medição, quando necessário;
- adesão à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE);
- negociação com fornecedores de energia;
- assinatura do contrato;
- início do fornecimento em ambiente livre.
Depois da migração, em poucos meses a empresa já começa a perceber os efeitos financeiros da mudança.