Nos períodos mais secos do ano, é comum que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas fiquem mais baixos. Quando isso acontece, o custo da geração de energia aumenta — e, consequentemente, a conta de luz também. E é nesse cenário que a bandeira vermelha costuma ser acionada.
Criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como um sinal de alerta para o consumidor. Ele mostra, a cada mês, se o custo da geração de energia está mais alto ou mais baixo, e aplica um valor extra na fatura quando é necessário acionar fontes energéticas mais caras, como é o caso das termelétricas.
Com a conta mais cara, é importante conhecer estratégias de como reduzir o consumo em bandeira vermelha. Assim, é possível aliviar o impacto da conta de luz e ainda adotar hábitos mais sustentáveis. E aqui neste artigo você vai saber como fazer isso!
Como reduzir o consumo em bandeira vermelha?
Durante a bandeira vermelha, consumidores residenciais e empresariais podem adotar hábitos que fazem diferença no final do mês. Afinal, gastar menos energia é a melhor maneira de reduzir o valor da fatura, principalmente quando a tarifa está mais cara.
Dicas para reduzir o consumo em residências
A rotina doméstica oferece diversas oportunidades para economizar energia, e muitas delas são mudanças simples e de baixo custo. Veja algumas ações que podem ajudar:
- prefira aparelhos com selo Procel de eficiência energética: aparelhos com classificação A consomem menos energia e, no longo prazo, geram economia;
- troque as lâmpadas normais por modelos de LED: elas consomem até 80% menos e duram mais;
- evite o modo stand-by: aparelhos como televisores, micro-ondas e carregadores continuam consumindo energia mesmo quando não estão em uso, se ficarem ligados à tomada;
- fique de olho no chuveiro elétrico: ele é um dos grandes vilões da conta de luz, por isso, reduza o tempo de banho e use a função “verão, que consome menos energia;
- use a máquina de lavar e o ferro de passar somente quando necessário: espere juntar uma quantidade maior de roupas para otimizar o uso;
- desligue as luzes e ventilador ao sair dos cômodos.
Dicas para reduzir o consumo em empresas
Nas empresas, os gastos com energia costumam representar uma fatia importante dos custos operacionais. Por isso, a adoção de estratégias mais eficientes é essencial, especialmente se você quer reduzir o consumo em bandeira vermelha.
A primeira opção é o investimento em energia solar. Para empresas que têm espaço físico disponível, como telhados ou áreas externas, a instalação de paineis fotovoltaicos pode reduzir bastante o custo com energia — em períodos de bandeira vermelha, quem gera a própria energia pode não sentir impacto algum na conta de luz.
Outra alternativa é a migração para o Mercado Livre de Energia. Negociar diretamente com fornecedores traz a possibilidade de ter contratos personalizados, previsibilidade de custos e, muitas vezes, tarifas mais baixas do que aquelas praticadas no mercado cativo.
Como as bandeiras tarifárias influenciam os preços no Mercado Livre de Energia e na Energia Solar?
Para quem está no Mercado Livre de Energia, as bandeiras tarifárias não são aplicadas da mesma forma que no mercado regulado. Ainda assim, algumas variações podem afetar os preços praticados no Ambiente de Contratação Livre (ACL), como o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).
Já no caso da energia solar, quem gera a própria energia pode ficar completamente isento das cobranças adicionais, desde que a produção atenda ao consumo total. Ou seja, a bandeira vermelha pode não ter nenhum impacto na fatura de quem produz energia por meio de painéis fotovoltaicos.
Quais são os aparelhos que mais consomem energia?
Saber quais são os aparelhos que mais consomem é ajuda a tomar decisões inteligentes na hora de decidir como reduzir o consumo em bandeira vermelha, seja em casa ou na empresa.
Em residências:
- chuveiro elétrico;
- ar-condicionado;
- geladeira;
- máquina de lavar roupa;
- ferro de passar;
- lâmpadas incandescentes.
Em empresas e indústrias:
- sistemas de climatização e refrigeração;
- equipamentos de TI que funcionam 24 horas;
- máquinas industriais de grande porte;
- iluminação ineficiente em galpões e escritórios;
- motores elétricos.
Por que a bandeira vermelha existe?
O objetivo do sistema de bandeiras tarifárias é dar mais transparência sobre os custos da geração de energia elétrica no Brasil.
Antes desse sistema, os custos extras eram incorporados às tarifas ao longo do tempo, de forma diluída. Então o consumidor pagava mais sem saber exatamente o motivo. Com as bandeiras, as pessoas passaram a receber um sinal mais claro sobre a situação do sistema elétrico e, assim, puderam começar a ajustar o seu consumo com mais consciência.
Essas são as bandeiras tarifárias usadas atualmente:
- bandeira verde: usada em condições favoráveis de geração e, por isso, não há cobrança extra na conta de luz;
- bandeira amarela: funciona como um alerta de aumento moderado nos custos e acrescenta R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos;
- bandeira vermelha patamar 1: indica custos elevados e acrescenta R$ 3,18 por 100 kWh;
- bandeira vermelha patamar 2: é acionada quando os custos estão muito altos e acrescenta R$ 4,48 por 100 kWh.
Além disso, em casos excepcionais, a ANEEL pode criar bandeiras temporárias, como aconteceu em 2021 com a Bandeira de Escassez Hídrica, que acrescentou R$ 14,20 a cada 100 kWh.
